Da sala de reuniões em Barcelona para o mundo: como a Ecomilhas deu os primeiros passos rumo à internacionalização
O segundo dia no Smart City Expo World Congress foi um divisor de águas para a Ecomilhas. Entre os corredores do Fira Barcelona, uma descoberta transformou completamente nossa visão sobre o mercado europeu: encontramos concorrentes diretos.
Como CIO, assumi o papel de "cliente oculto" e mergulhei nas soluções europeias de mobilidade sustentável. Cada conversa revelava insights valiosos sobre precificação, estratégias de mercado e posicionamento. O choque de realidade foi necessário — e produtivo. Percebemos que nossa tecnologia não apenas compete, mas tem diferenciais únicos que podem nos destacar nesse cenário.
Parcerias que multiplicam oportunidades
A grande revelação do dia veio da sinergia com outros participantes do BitS2025, especialmente com o Raphael, da Greenplat. Descobrimos que nossas soluções não apenas coexistem — elas se complementam perfeitamente.
Onde eu tinha dificuldade em conquistar certos contatos e prospects, ele resolvia. E vice-versa. Essa conexão criou oportunidades reais de upselling e revenue share que, sozinhos, levaríamos meses para construir. A interoperabilidade entre nossas plataformas abriu portas para conversas sobre projetos integrados de descarbonização que nenhum de nós conseguiria viabilizar isoladamente.
Aprendizados além dos negócios
O que mais me marcou foi o espírito colaborativo da delegação. Cada conversa nos corredores da feira se transformava em aprendizado compartilhado. A Bruna (ESGpec) absorvendo experiências de founders mais rodados, a Flávia (RefilMe) destravando soluções para desafios operacionais no Brasil, o Vinícius (iNeeds) conectando com prefeituras brasileiras em Barcelona — tudo isso criou um ambiente de crescimento coletivo.
Curiosidade: descobri que o Raphael e o Vinícius são praticamente vizinhos no Brasil — ambas as empresas ficam na mesma rua. Precisamos vir até Barcelona para perceber isso.
Estratégia de entrada no mercado europeu
A conversa com a Larissa (SibImpact) reforçou algo que já vínhamos intuindo: para uma startup brasileira, entrar diretamente no mercado europeu vendendo para o cliente final é desafiador demais. A chave está em estabelecer alianças estratégicas — centros de pesquisa, hubs de inovação, parceiros locais que já conhecem os caminhos.
Para a Ecomilhas, isso significa repensar nossa estratégia de go-to-market na Europa. Não basta ter uma solução disruptiva; precisamos de aliados que validem nossa tecnologia e abram portas no ecossistema local. É um jogo de paciência e relacionamento, não de velocidade.
O termômetro da inovação
Como bem colocou o Vinícius, este evento funciona como um termômetro. Conseguimos nos geolocalizar melhor no cenário global de mobilidade sustentável. Entendemos onde estamos fortes, onde precisamos evoluir e, principalmente, com quem faz sentido construir parcerias estratégicas.
Próximos passos
Saímos deste dia com três certezas:
- Nossa tecnologia tem espaço no mercado global — mas precisamos ajustar posicionamento e precificação para competir na Europa.
- Parcerias estratégicas são essenciais — especialmente com players que complementam nossa solução e nos ajudam a acessar clientes corporativos maiores.
- O caminho da internacionalização passa por alianças locais — precisamos identificar e cultivar relacionamentos com hubs, aceleradoras e centros de pesquisa europeus que possam nos abrir portas.
A jornada está apenas começando. Mas pela primeira vez, a internacionalização da Ecomilhas deixou de ser uma ideia abstrata e se tornou um plano concreto, com passos claros e parceiros potenciais já mapeados.
Este artigo documenta a participação da Ecomilhas no BitS2025 - Brazilian Impact Techs in Spain, uma iniciativa do Findeslab e Bcome.global, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), Sebrae e Programa Diplomacia da Inovação (PDI) do Ministério das Relações Exteriores.